A publicação da Medida Provisória que desonera a produção dos tablets no Brasil foi bem recebida pelos fabricantes nacionais.
Em comunicado, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) informou que a nova medida privilegia a produção local e atende aos pleitos da entidade. Segundo a associação, o consumidor sentirá os efeitos da MP a partir do momento em que o governo aprovar os pleitos de concessão de incentivos apresentados pelas empresas instaladas no país, que se encontram em análise.
Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, ressalta que a MP saiu no limite do prazo e que os fabricantes agora correrão contra o tempo para que a iniciativa tenha reflexos ainda neste ano.
No caso da empresa, que prevê a produção de tablets com o sistema operacional Android, do Google, Rotenberg diz que os componentes começarão a ser importados em um prazo de 15 dias após a definição do Processo Produtivo Básico (PPB). "Leva 60 dias para chegar e o lançamento deve ocorrer em setembro ou outubro".
Para Germano Couy, presidente da Megaware, o quarto trimestre é o período mais provável para que o mercado sinta os primeiros impactos efetivos da MP. Nesse primeiro momento, a expectativa é de que a redução no preço final dos equipamentos não supere o patamar de 30%. "A redução deve ficar em 20%", diz.
Com previsão de lançamento também em outubro, a Megaware está desenvolvendo um modelo de tablet com tela de 10 polegadas. O produto será voltado exclusivamente ao mercado empresarial. Para Couy, a aposta na oferta do equipamento para segmentos específicos é a alternativa mais viável para a empresa fugir da difícil concorrência com fabricantes globais como Apple e Samsung no plano das ofertas para os consumidores.
Para José Roberto Campos, vice-presidente de produtos da Itautec, os fabricantes nacionais serão os primeiros a tirar proveito dos benefícios da MP. "É natural que a indústria local tenha mais flexibilidade para se adaptar às condições do PPB", afirma.
A Itautec planeja para o segundo semestre o lançamento de tablets e aplicativos para o mercado empresarial e de consumidores. Campos não revela, porém, quantos modelos serão colocados no mercado.
Procuradas pelo Valor, Sony, Motorola, Samsung, STI e MXT não encontraram executivos para comentar a publicação da MP.
